domingo, 19 de abril de 2015

Ser ou não ser feminista, é uma questão?

Noutro dia, um amigo próximo perguntou se o meu blog é um blog feminista. Semana passada uma aluna interrompeu a aula e perguntou se eu sou feminista. A minha mãe, vez por outra, quando fala de mim para alguém diz que eu sou feminista.
Sim, é uma questão.
Nunca militei em um movimento feminista organizado, embora já tenha participado das atividades de alguns.
Hoje, eu não saberia dizer qual dos vários movimentos feministas que conheço é o mais coerente ou o mais bem articulado, etc. Mas posso afirmar que nada me faz sentir mais bem acompanhada e "elogiada" do que ser vista como uma feminista. Por isso, respondi ao meu amigo que ficarei muito feliz se o meu blog for um blog feminista. À minha aluna eu voltei a pergunta: o que você acha? Ela respondeu que achava que sim e eu prossegui a aula. Sobre a minha mãe... ela deve saber o que diz.
Pois a mim mesma só tenho feito perguntas. Não tem um só dia que eu não me questione sobre esse 'ser feminista'. Cada vez que reproduzo uma fala machista. Toda vez que ajo como machista. Toda vez que, mesmo sem querer, me omito diante de um ato machista. E todas as vezes que eu não consegui afirmar que sou feminista.
Porque ser feminista, para além de muitos achismos, creio eu, é primeiramente reconhecer-se como tal. Segundo, é preciso tomar partido, assumir um lado. É militar pela causa do feminismo, é somar forças com a histórica luta das mulheres, é se permitir viver de outra maneira, de um jeito tal, que nenhum discurso de autopiedade vindo de uma boca machista nos comova. É não achar normal que diariamente mulheres sejam assassinadas, humilhadas, perseguidas, subjugadas, expostas, violentadas, estupradas, feridas... é não achar normal essa ideia de que "ser mulher" é ser esse malfadado "outro" da raça humana.
Ontem, como muitas outras vezes, estive entre feministas, celebrando a vida e denunciando a morte. Como de costume me senti muito bem e entre iguais. Hoje vou deitar pensando nas várias formas de opressão com as quais nós temos que conviver di-a-ri-a-men-te.
Enquanto o “movimento feminista” tiver um lado (o da luta), uma classe (a oprimida) e uma cor (a da liberdade), que eu seja parte.
Até que todas sejamos livres, até que todxs sejamos iguais, e até que o mundo possa caber em nós: saudações feministas!

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